A Fome e o Advento do pensamento Humano através da procura por alimentos!
A Fome e o Advento do pensamento Humano através da procura por alimentos!
Quando falo da Fome não é só um sentido ou uma necessidade, mas sim da ausência do alimento, a Fome Catastrófica que nada mais é que uma cessão ou concessão da Vida ou da morte, pois aquele que tem fome ou procura e produz seu alimento ou cede seu poder e sua vida a aquele que o alimenta, ou a própria Natureza.
O Homem aprendeu através das Eras dominar o habitat em que se encontravam tornando-se algum deles o topo da cadeia alimentar, deixando de ser o alimento ou a caça pra ser o caçador. O Medo, tanto do que era conhecido ou do desconhecido formou os sentimentos e o pensamento humano.
No caso da Humanidade e das Sociedades a partir de tribos nômades estabelecidas há 13.000 anos, aquele que retinha o poder do alimento e da tecnologia de sua obtenção se tornava mais poderoso, pois obtinha o poder da produção do alimento, os meios de produção agrícola, rebanhos e a infraestrutura para isso, desde a plantação, a colheita, o manejo, o manuseio e a manufatura do alimento.
A Fome e o Medo provocaram os maiores êxodos e diásporas da Humanidade, deslocando-a e povoando terras ainda não conhecidas do planeta e desequilibrando inclusive as forças que compunham uma sociedade e os locais aonde viviam. A Luta e a procura pela obtenção do alimento, nos Grandes Ciclos Históricos da Fome movimentaram o mundo e fizeram nascer nas sociedades antigas desde as classes dos dominantes e dos dominados, às Ciências Físicas, Médicas e Sociais, a Língua (Idioma), a Escrita, a Cultura e seus conflitos que provocaram o extermínio de sociedades inteiras criando as maiores catástrofes da Humanidade.
Assim nasceu na História da Humanidade o tráfico de influência, a obtenção de poder através do julgo (exploração) e a opressão através da extorsão, os crimes, as guerras por comida, por poder e muito mais, pois aquele que sentia fome e medo era escravizado. Como também fizeram, através da procura de novos habitat e de comida, nascerem novas civilizações nos “novos” continentes.
Os Medos da Morte e do Desconhecido formaram também o pensamento metafísico do homem, a necessidade da religião, dos cultos, dos dogmas, dos pragmas e dos enigmas inexplicáveis fisicamente, porém o medo da Fome formou principalmente o pensamento lógico e físico. A procura pelo alimento e também pela sobrevivência em um modo geral fez o homem criar armas, utensílios, ferramentas, locais de abrigo, dominar e domesticar outros animais para seu consumo, como vetor de força e energia e para seu transporte, mudando seu status de caçador, nômade e extrator para o de cidadão(habitante de uma cidade), produtor e manufaturador de seu próprio alimento !
A Fome no mundo Paleolítico fazia de grandes manadas e outros coletivos animais (o que engloba os humanos), nômades a procura de alimento, água e sal. Esta procura com o passar dos anos se tornou mais escassa e longínqua e criava a necessidade de um deslocamento maior e mais rápido e uma maior união entre essas sociedades, pois além do aumento da manada que era gradativo e vegetativo, existia o medo da sobrevivência coletiva.
A diferença do Pensamento e do Instinto é de que as sobrevivências de ambos diferem pela necessidade lógica de sobreviver e a necessidade básica de sobreviver, sinal que os humanos já nasciam com o pensamento físico de que a necessidade lógica precisava mais do que a Natureza provia, isto é, não era suficiente e que a escassez de recursos seria algo inevitável. E da mesma forma a criação do pensamento metafísico era a forma do ser humano poder sentir que algo a mais que existia e que pudesse protegê-lo, se assim ele o contemplasse e o adorasse! E o alimento e a sua obtenção foram o principal motivo para isso.
Os grandes deslocamentos humanos, nos famosos Êxodos do fim da Era do Gelo e das Diásporas, que começaram há 10.000 aC, a maior preocupação era que durante este tempo desta procura por outro habitat, a “sociedade humana primitiva” ali sacramentada poderia sobreviver ou por laços sanguíneos ou por laços de espécie. Ao chegar neste novo local esta sociedade encontraria novos alimentos (sejam eles de qualquer dos reinos) que precisariam de “nomes” e um estudo para serem identificadas e novas práticas para cozinha-los, isto é, novos fonemas necessários à formação dessa nova língua ou idioma e também se as mesmas poderiam, por exemplo, identificar suas propriedades organolépticas e assim ao identifica-las e descreve-las, evitaria uma morte ou uma doença, tudo isso deveria ser nominado e escrito para poder ser identificado ou manipulados, não é mesmo? Isso impulsionou a Escrita e a forma de imprimi-las e arquivá-las ( O advento das primeiras bibliotecas), porém , muito antes quando o homem não lia ou escrevia, os membros mais experientes de uma tribo (sociedade) detinham a sabedoria da Cura, da Caça, da Pesca e da transformação do Alimento e isso foi o limiar da construção das classes nas sociedades primitivas, aquele que detinha a informação era considerado de alguma forma mais importante.
Sei que até hoje existem pessoas que cozinham sem ler ou escrever (Na sua grande maioria, famintas por aprender!) guardam através do pensamento suas técnicas e não estou falando somente da Pré-História, mas também das Cozinhas Profissionais do Século XXI, mas o mesmo acontecia em uma Era tão antiga e manufaturar quanto a Pré-História.
Outra coisa, as sociedades primitivas era matriarcais, a mulher mais velha guardava toda as histórias da tribo, formas de caça e pesca (técnicas), as poções de cura e proteção e sem dúvida as receitas de preparação do alimento com técnicas primitivas ainda muito rudimentares, mas com algum enredo de preparação e isso se chama - Receita!
E se pensarmos bem, ainda assim nos tempos modernos e contemporâneos nossas "Mães" , Tias e Avós ainda são as guardiãs destes segredos culinários que passam de geração em geração !
Com certeza a necessidade de diversificar uma conversação e ou uma prática para mantê-las e serem passadas às novas gerações era necessário algum registro, mesmo que fosse apenas uma forma como as sociedades primitivas passavam seus valores e conhecimento e assim antes de uma Escrita cuneiforme ou hieroglífica, os humanos primitivos usavam desenhos que interpretavam seu proceder.
Minha tese é de que as primeiras "páginas" escritas pelo homem como receitas eram o que viam e o que comiam, isto é, “contos e receitas” e dessa forma o homem antigo ou holoceno encontrou uma forma de diagramar sua escrita, seja em símbolos, letras, desenhos ou em hieróglifos. Com o advento da Agricultura aqueles “Contos e receitas” já se desenvolviam em outros patamares ( mais oferta e sortimento) que por sua vez necessitavam de uma boa dissertação de orientação da informação e de um nível médio de cálculos para poderem ser porcionadas, entendidas e feitas, sinal que, até se desenvolverem e se tornarem documentos escritos, publicáveis e armazenáveis, a alimentação da época já desenvolviam as ciências e o pensamento humano há eras e assim tornaram-se um dos “starts” do Pensamento Lógico, Científico e Técnico da Humanidade através do alimento.
O resto da história fica para um outro capítulo !
Ósculos e Amplexos Condimentados para vocês !
Chef Paulinho Pecora
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